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Infestação de térmitas está sem controlo

O investigador da Universidade dos Açores Paulo Borges, especialista em insectos, admitiu hoje que “a infestação de térmitas está sem controlo nas quatro ilhas do arquipélago açoriano que estão afectadas”.

As ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira e Faial estão afectadas pela térmita da madeira seca (Cryptotermes brevis). No caso de São Miguel, Terceira e Faial, a praga inclui a térmita das árvores de pescoço amarelo, uma infestação que nesta última ilha junta ainda a térmita subterrânea.

Suspeita-se, de acordo com o investigador, que, por relatos que lhe foram enviados, que a praga “também já tenha chegado à Ilha de São Jorge”.

Em declarações à Agência Lusa, Paulo Borges sustentou que “as medidas tomadas até ao momento são insuficientes”, nomeadamente o trabalho realizado por empresas de desinfestação e o apoio prestado pelo governo regional.

“Creio que é necessário um plano integrado, a diferentes níveis, de âmbito regional, assente numa estratégia organizada e planificada com o objectivo, pelo menos, de diminuir a infestação de térmitas”, defendeu o investigador.

Paulo Borges, autor do livro “Térmitas dos Açores - Contributo para a sua Gestão” preconiza, para combater o problema, um plano de “ataque às térmitas adultas nos meses de Maio, Junho e Julho, com o uso de armadilhas”.

Aponta “o recurso a jovens em férias de Verão, a que se dará formação adequada, para andarem junto da população a ensinar a montar as armadilhas” para “controlar a população de adultos e evitar o seu alastramento a outras habitações”.

Estima o especialista que esta medida “possa reduzir em 25 por cento a população actual de térmitas”.

Propõe a criação de legislação adequada ao tratamento dos resíduos sólidos, nomeadamente locais específicos nos aterros sanitários para destruição das madeiras afectadas que são substituídas nas habitações.

Acrescenta que “já recebeu do Secretário Regional do Ambiente e do Mar garantias de que vai haver alterações legislativas” mas adianta “desconhecer quais são e qual o seu âmbito”, alegando que “é um processo complexo que exige estar na posse de muitos testes científicos”.

Paulo Borges reivindica a atribuição de mais apoios para “tratamentos preventivos e curativos”, o financiamento de empresas que “usem novas tecnologias” e a “certificação dos imóveis para venda” como garantia de não estarem afectados por térmitas.

Constata, como lacuna importante, o facto de “não existirem na região câmaras de fumigação para móveis, o que poderia ser resolvido por iniciativa governamental e autárquica”.

Este especialista adianta também que há necessidade de uma equipa de investigadores universitários a monitorizar, em permanência, as zonas afectadas para evitar o seu alastramento.

Actualmente Paulo Borges diz não saber responder “se aumentaram ou diminuíram as infestações”.

Em 2004, o investigador liderou o projecto “Envolvimento dos Cidadãos no Controlo das Térmitas Urbanas dos Açores” onde foram testados vários insecticidas que revelaram ser o “Wocasene” e o “Xylophene” os mais eficazes.

Paulo Borges alerta que “estes produtos só devem manuseados e aplicados por profissionais”.

As informações especializadas sobre esta problemática poderão ser analisadas a partir do próximo dia 26 com a inauguração do site na Internet www.sostermitas.angra.uac.pt, financiado pela Direcção Regional da Ciência e Tecnologia dos Açores.

Publicado a, 17 de Fevereiro de 2009. Fonte: Destak

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